FORMAÇÃO DOCENTE E O ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
O artigo apresenta a experiência do município de Santo André/SP com a formação de professoras(es) para as questões de gênero, como parte da estratégia de enfrentamento da violência doméstica e do feminicídio. Parte do pressuposto de que o fenômeno da violência doméstica é resultado de um longo processo histórico marcado pelo patriarcado. O trabalho foi desenvolvido pela Secretaria de Políticas para Mulheres de Santo André em parceria com a Secretaria de Educação, através da adesão à campanha “Quem Ama Abraça, fazendo escola”. Dentre as ações, foi realizado curso de extensão universitária com estágio em vários equipamentos de atendimento à mulher vítima de violência. O referencial teórico contou com os estudos feministas e de gênero. Os resultados demonstram que, no período de realização da campanha, o Centro de Referência da Mulher de Santo André registrou aumento no número de atendimentos às mulheres, que procuravam orientações para sair do ciclo da violência e/ou solicitavam abrigo e medidas protetivas. Nas escolas observou-se discussões mais sistemáticas sobre a temática, em que os estereótipos de gênero e as práticas sexistas foram problematizadas. Conclui que é urgente criar, nas escolas, espaços de reflexão como forma de enfrentamento dessa violência que machuca e deixa marcas em crianças, jovens e adultas(os). Recebido em: 14/05/2019Aprovado em: 20/07/2019